QUESTÃO DA ESCRAVATURA BRASILEIRA

A ruptura social, político e econômico da abolição da escravidão foi gigantesca. Uma sociedade baseada em ideais de inferioridade racial, açucareira e com uma das maiores econômicas sendo a comercialização de seres humanos escravizados precisou ser reformulada, com impactos que se estendem até os dias de hoje. Após a guerra de secessão norte americana, o império brasileiro acabou se tornando isolado pela continuidade de escravidão, uma vez que o país mais influente do continente, ou vir a ser o mais influente, teve a mão de obra familiar se sobrepondo à mão de obra escravocrata, sendo a vencedora da guerra. Apesar de tudo, muitos escravos foram “Libertos”, ou seja, acabaram ganhando sua liberdade das fazendas de açúcar apenas para acabar sendo “recrutados” para serem soldados em guerras, como a do Paraguai. O autor argumenta, principalmente utilizando Ângela Alonso, que não se deve comparar a escravidão brasileira com a escravidão norte americana, uma vez que suas circunstâncias são diferentes. Não é muito claro qual a linha de raciocínio utilizado para a defesa da escravidão nos estados unidos, mas talvez uma mão de obra barata e inferioridade racial (imagino eu), enquanto no Brasil era visto como um “mal necessário”. A venda e compra de escravos movia uma grande parte, se não metade, da economia nacional, tanto imperial luso quanto brasileira,

afirmando que não havia outras formas de manutenção do sistema em que viviam sem a escravidão, sendo sua abolição um efeito dominó. Chamado de escravismo de circunstância, podendo gerar argumentos defensivos à escravidão. Importante lembrar que apesar da Inglaterra ter “delicadamente” exigido a extinção dos e afundado vários navios advindos da África com escravos, a prática se perdurou por mais algum tempo. Outro ponto importante lembrar é que o conceito de inferiorização racial está mais presente no ideal americano e europeu que nos asiáticos e africanos, por esse motivo, a análise deve ser feita de forma separada e cuidadosa. Enquanto no Brasil era uma questão de “Impossibilidade de salvar um ser sem alma”, na África era por guerras e na Ásia apenas mão de obra barata vendida pelos guerreiros (lê-se negros que capturavam outros negros utilizando armamento de ponta europeu em guerras, muitas vezes, novas e não historicamente construídas).

LEI DO VENTRE LIVRE 1871

Filhos de escravos nascidos a partir da sua promulgação seriam libertos.

LEI DO SEXAGENÁRIO 1885

Lei Saraiva-Cotegipe, todos os escravos acima de sessenta anos seriam libertos.

LEI ÁUREA 13 de maio de 1888

Libertação dos escravos de forma definitiva.

LEI DE 7 de Novembro de 1831

Escravos vindos de fora do império seriam livres, impondo penas aos importadores de escravos.